Antonio Ronaldo de Sousa Ferreira nasceu em Mossoró/RN no dia 08 de maio de 1957 e vive em Natal desde a adolescência. Para ser mais preciso, desde o verão de 1971, época em que já brincava de compor e era vidrado no tropicalismo e na contracultura. Seu pendor para a escrita já se manifestava ainda no curso primário, nas redações feitas em sala de aula, em que se destacava e até recebeu prêmios de editoras (medalhas e coleções de livros). Já adolescente em Natal, cursou a ETFRN, posteriormente ingressando no curso de Jornalismo da URFN (1976), do qual desistiu após o primeiro ano. Graduou-se em Direito, ainda pela UFRN (1981), tendo por um bom período residido nos alojamentos universitários do campus central (Residência Universitária). Foi nesse período que lançou seu primeiro livro mimeografado, uma iniciativa do DCE, na pessoa do seu diretor de cultura, o hoje deputado estadual Fernando Mineiro. Em parceria com Adriano de Sousa, era uma espécie de 2 em 1, tendo dois títulos que se imbricavam, meio assim de brincadeira: “Usura Colonial: Do Incesto Histórico entre Nós e Eles”.
Com isso, passou a frequentar os circuitos da chamada poesia marginal de Natal, interagindo mais efetivamente com os expoentes desse segmento. Embora sem se filiar a nenhum coletivo especificamente, marcou presença nas publicações em tabloides e afins, tendo permanecido nesse celeiro de produção até o final de 1985. Desse período são os livros “Matéria Plástica” (1982) e “Amante Ladino” (1985). Ainda por esse tempo participou de atividades culturais que eram gestadas no seio daquela universidade, tais como o Laboratório de Criatividade Literária, que culminou com a publicação da antologia Grande Ponto (1981), reunindo um coletivo de escritores que se manifestava em verso e em prosa; atuou como ator no Tonus – Teatro Novo Universitário, sob a direção de Carlos Furtado e participou do Festival Universitário de Música e Poesia (1982), quando teve sua primeira canção gravada, a saber, Garanto, que integrou o vinil daquele festival.
A partir de 1985, já fora da universidade e aprovado em concurso para Escrivão da Polícia Civil, inicia-se um longo período de recesso no que tange às publicações literárias, jejum esse que somente seria quebrado em maio do ano 2000. Trabalhando no então CEFET/RN (desde 1995), lança pela “Timbre Editorial” o seu primeiro livro em formato tradicional: “Badulaques, Bombons/Stars Afins/Certas Canções Insertas”. Um mês depois do lançamento, deixava o Cefet para trabalhar no TJRN, onde permaneceu trabalhando até se aposentar em agosto de 2016. Vale destacar a participação de Antonio Ronaldo, no início da década de 1990 no coletivo de música popular TRAMPPO – Trabalho de Música Popular Potiguar, na companhia de Sueldo Soaress, Manassés Campos, Odaíres, Leão Neto, Edimar Costa e Romildo Soares. Foi a partir dessa década que Antonio Ronaldo teve músicas incluídas no repertório de vários intérpretes locais que estavam começando a gravar cds nos estúdios que estavam surgindo naquela época. Leão Neto, Cida Lobo, Geraldo Carvalho, Manassés Campos, Carlos Bem, foram alguns deles. Em 2003, lança o livro de poesia “Jeans Avariado”, através da Sebo Vermelho Edições, obra incluída na Coleção João Nicodemos de Lima (n°116), do editor/livreiro Abimael Silva.
Em 2008 participa na concepção do projeto, seleção de textos e musicalização de poemas do CD ZILA MAMEDE – O EXERCÍCIO DA PALAVRA CANTADA, uma produção assumida pela Capitania das Artes, com direção musical e arranjos do maestro Jubileu Filho. Estreia como compositor-intérprete no disco SÁTIRO, com lançamento em 2009. O cd também dirigido e arranjado por Jubileu Filho, tem a participação de Cida Lobo, Manassés Campos e Geraldo Carvalho. Em 2010 tem seu projeto NOVOS CAETÉS contemplado com o Prêmio Núbia Lafayete, da FJA. O cd contém dozes canções compostas individualmente por ele, mas interpretadas por outros artistas locais e deverá ser reeditado este ano com projeto gráfico de Claudio Damasceno. Ao longo dessa jornada, participou de vários festivais de música, com destaque para o MPBeco de 2011, onde sua música em parceria com o Maestro Franklyn Nogvaes, o Tango do Hospício Encantado recebeu o prêmio principal.
Nos anos seguintes, conhece o compositor, cantor e instrumentista Franklin Mário, por intermédio do também músico e amigo comum, Donizete Lima. Dessa conexão se estabelece uma parceria musical bastante profícua, em que dezenas de canções foram feitas, num intervalo de tempo aproximado de uma década, somente sendo rompida pelo falecimento prematuro de Franklin, em maio de 2018. Pouco antes disso, foi gravado o disco TRAÇADOS, contendo 12 dessas parcerias, o qual se encontra disponibilizado nas principais plataformas digitais, como Spotify, Deezer e Youtube.
Ainda em 2018, lança o livro “Ao Judas Atraente”, contendo poemas predominantemente escritos durante a primeira década deste milênio e traz um cd encartado com gravações esparsas da sua obra musical, interpretadas por artistas diversos. Ao longo de todo esse trajeto, Antonio Ronaldo compôs dezenas de canções que foram gravadas e incluídas nos discos de artistas de reconhecido destaque, como Cida Lobo, Geraldo Carvalho, Antoanete Madureira, Donizete Lima, Clara Menezes, Manassés Campos, Lene Macedo, Leão Neto, Carlos Bem, Yrahn Barreto, Roberto Homem e Naldinho Freire. Também participou de diversos outros festivais de música, a exemplo do 1º Concurso Dosinho de Marchinhas Carnavalescas (2017), com a canção “Todo Coco Vira Kenga”, uma parceria com o saudoso ator Fernando Athayde, obtendo o 3º lugar na classificação final, interpretada por Antoanete Madureira e da 1ª edição do Concurso de Música da Cidade do Natal – Cantando a História (2018), com a canção “Ponta do Morcego”, interpretada por Silvia Sol, que obteve o 2º lugar na classificação final do citado certame. Participou ainda, em 2022, do 4º Concurso de Música da Cidade do Natal, com a canção Suave Potengi, interpretada por Antoanete Madureira, música ganhadora do 2º lugar no referido certame.
Além disso, participou de diversas antologias poéticas, eventos literários, saraus, shows, lives de conteúdo literomusical, recebeu homenagens como poeta (da semana, do mês) e duas indicações ao Prêmio Hangar (2010 e 2011). Em 2016, compôs temas musicais para o documentário longa-metragem Passo da Pátria – Porto de Destinos, dirigido por Paulo Dumaresq e Alex Regis: 1. Passo da Pátria – Porto de Destinos (parceria com Franklin Mario) e 2. Passando para Lembrar, ambas interpretadas por Antoanete Madureira. Tem projetos em andamento, como o livro Mínima Lira, de poemas minimalistas, em fase de finalização editorial e está nos preparativos para a gravação de um álbum de parcerias literomusicais com o poeta, músico e performer Artemilson Lima.
- Município de atuação:
- Natal/RN