Eu nasci em São Paulo, mas vim cedo para Natal, a “Cidade do Sol”, no Nordeste do Brasil, onde comecei a estudar e praticar música profissionalmente. No começo da minha carreira, decidi tentar todas as formas possíveis de expressão musical à minha disposição, sem me restringir a nenhuma estética específica. Sentindo como a música. Sentindo como a música transborda para outros campos artísticos e técnicos, comecei a experimentar outras formas de expressão na poesia, pintura, vídeo, educação, etc. como forma de tentar compreender melhor a multidimensionalidade que caracteriza o fazer musical na sua integridade e essência.
Acho que minhas obras revelam certa espontaneidade e informalidade, ocasionadas pela falta de aulas sistemáticas de composição e estética nos primeiros estudos, restritas principalmente às aulas de Contraponto e História da Música ministradas pelo musicólogo brasileiro Jaime Cavalcanti Diniz (1924-1989) na década de 1980. Nos anos 1990, conheci a estética Armorial, sobre criações eruditas baseadas em elementos do folclore, propostas por seu principal criador, Ariano Suassuna, e passei a compor principalmente nesta estética, em uma abordagem modal-tonal erudita, à qual acrescentei técnicas modernas de escrita, como serialismo, minimalismo, assimetria e politonalidade.
Acredito em um tipo de Música que olha para a cultura universal e, ao mesmo tempo, canta as cores, os gestos e os sabores da tradição da minha terra, para fazer uma arte que dialoga com as pessoas de qualquer lugar.
CURRÍCULO BREVE:
Danilo Guanais iniciou seus estudos de Música na Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atuando a princípio como instrumentista, logo descobre a vocação para a composição. Em 1996 compôs e gravou a sua Missa de Alcaçus, publicada como livro/partitura em 2013, e cuja revisão de 2016 foi estreada no Carnegie Hall, em Nova Iorque, em maio de 2017. Em 2002 estreou em Natal sua Sinfonia no 1. Mestre em Artes pela Unicamp/UFRN desde 2002, concluiu em 2013 o Doutorado em Composição pela UNIRIO/UFRN com A Paixão segundo Alcaçus, apresentada em 2015 no V Festival Internacional de Música de Campina Grande. É autor de numerosas obras para grupos de câmara e orquestra, sendo sua obra executada frequentemente no país e no exterior. Dedica-se também ao trabalho de composição de trilhas sonoras de espetáculos ao ar livre, como o Chuva de Bala no País de Mossoró́ e Um Presente de Natal, e de Musicais de sucesso no cenário norte-rio-grandense, como Bye bye, Natal (com Racine Santos, ganhador do Prêmio Brasil Musical - Melhor Musical do Nordeste 2018), Beco da Alma (com Cláudia Magalhães), SAPIENS – e a Ciranda do Infinito, Assim me contaram... (baseado em contos recolhidos por Câmara Cascudo). Ganhador do Prêmio Hangar de Trajetória Musical em 2016. Em parceria com o maestro e tenor Vladimir Silva, criou, em 2019, o NAMP – The New Armorial Music Project, para divulgação da nova música erudita Nordestina, pelo qual já fez palestras e estreias mundiais de várias obras, em países como Brasil, Alemanha, França, Estados Unidos e Portugal.
- Município de atuação:
- Parnamirim/RN